domingo, 4 de dezembro de 2011

9 !!!



É o meu maior prazer, vê-lo brilhar ...





2º Parte

Para os especialistas em futebol, o Liverpool levava ligeira vantagem. Em 1981, enquanto o Flamengo vencera o desconhecido Cobreloa na decisão da Libertadores, o time inglês superara Bayern de Munique e Real Madrid nas duas últimas fases - semifinais e final, respectivamente - da Copa dos Campeões. Só que essas teses pouco valeriam em Tóquio. Em campo, como adoram repetir os jogadores, seriam 11 contra 11. Durante o jogo decisivo, aí sim, surgiria o favorito.

Os 62.000 torcedores que compareceram ao Estádio Nacional não tiveram que esperar muito para saber qual era o melhor time em campo. Aos 13 minutos, Zico lançou Nunes que viu a saída desesperada do goleiro Grobbelaar e, ainda fora da grande área, o encobriu para abrir o placar. "Acidente de percurso", pensaram os ingleses. Coitados, mal sabiam que o show rubro-negro estava apenas começando.






Não se pode dizer que o Liverpool não contava com talentos capazes de inverter o rumo da partida. Os habilidosos Souness e Dalglish, dois dos maiores jogadores da história do futebol escocês, poderiam brilhar a qualquer momento, fazendo o Flamengo tremer. Tremer? Presta atenção no time dirigido por Paulo César Carpegiani: Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Havia craques por todos os lados, vencê-los era tarefa quase impossível.




____________________________________________



LUTO NO FUTEBOL MUNDIAL ...






Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira


19 de fevereiro de 1954  - 04 de dezembro de 2011

Local: Belém (PA)
Posição: Meio-Campo

Nº Jogos: 20
Nº Gols: 5

1° Jogo: 27 de Janeiro de 1986 (Flamengo 3 x 1 West Riffa)





Campeonato Carioca: 1986

Médico, craque e politizado: carreira de Sócrates foi singular

Fonte: Globo Esporte.com

Inteligência dentro e fora de campo foram as marcas de uma trajetória brilhante, mas curta, como jogador. Paraense de Belém, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, morto neste domingo, aos 57 anos (19/2/1954 – 4/12/2011), começou no Botafogo de Ribeirão Preto e ainda era acadêmico de medicina quando passou a atuar pelo time principal do clube, em 1974. As atribuições como médico o impediam de se dedicar integralmente ao futebol, o que colaborou para tornar sua carreira singular.

O jovem alto e esguio logo se destacou com seu jogo refinado e inteligente, repleto de toques de calcanhar, passes e lançamentos precisos. Já em seu primeiro Campeonato Paulista, Sócrates encantou o público, em especial os torcedores do Tricolor de Ribeirão, onde iniciou uma dupla infernal com o centroavante Geraldão, que seria o goleador da competição com 23 gols (dez a menos que todo o restante da equipe).






Contrastando com o estilo rompedor do companheiro, Sócrates era o lado cerebral da parceria, com assistências perfeitas, além de contribuir com gols decisivos para a boa campanha (sexto lugar no geral). A qualidade de goleador se fez presente de forma mais evidente durante o Paulista de 1976, quando fechou a competição como artilheiro, com 15 tentos assinalados.

Mas foi a temporada de 1977 o divisor de águas na carreira de Sócrates, então doutor aos 23 anos. Com uma campanha histórica, o Botafogo conquistou o primeiro turno do Campeonato Paulista (na decisão, segurou um empate por 0 a 0 com o São Paulo, inclusive na prorrogação, no Morumbi) e se tornou a grande surpresa do futebol brasileiro na época. Com oito gols, o Magrão foi o artilheiro do time que era composto por veteranos como o goleiro Aguilera (ex-seleção paraguaia nas Eliminatórias para 1970), o zagueiro Manuel, o volante Lorico (ex-Vasco e Portuguesa) e jovens talentosos como o meia Osmarzinho, o ponta-esquerda João Carlos Motoca e o ponta-direita Zé Mário, este pré-convocado para a Copa de 1978. Porém, o jogador faleceu meses antes, vítima de leucemia, doença esta diagnosticada em um exame de rotina da Seleção.



Sócrates


Após a disputa do Brasileiro com o Botinha, Sócrates foi contratado pelo Corinthians, onde se tornou referência e ídolo da Fiel. No time do Parque São Jorge, reencontrou Geraldão, e a dupla voltou a fazer sucesso, agora na conquista do Paulista de 1979.

O grande momento do Doutor no Timão, entretanto, foi na chamada Democracia Corintiana, política adotada pelo diretor de futebol Adilson Monteiro Alves, que dava liberdade aos atletas nas decisões referentes ao departamento de futebol. Sob a regência de Sócrates, o Corinthians (que contava também com nomes como o lateral-esquerdo Wladimir, o volante Biro-Biro, o meia Zenon e o centroavante Casagrande, entre outros) faturou o bicampeonato estadual e se tornou uma das equipes mais fortes do país.





Além dos três títulos estaduais e das inúmeras jogadas geniais, Sócrates escreveu seu nome na trajetória alvinegra ao marcar 172 gols e se tornar o oitavo maior goleador da história do clube do Parque São Jorge. Sócrates não lutou por democracia só no Corinthians. Ele teve papel de destaque na campanha por Diretas Já no Brasil, no início da década de 80. Tinha ideais socialistas e era admirador do regime cubano – o mais novo de seus filhos recebeu o nome de Fidel, em homenagem ao líder Fidel Castro.

E não foram somente suas exibições no Corinthians que chamavam a atenção. Estreando na Seleção Brasileira em 1979 (6 x 0 Paraguai, no Maracanã), sob o comando de Telê Santana, o jogador brilhou ao lado de Zico, Falcão, Júnior, Leandro, Éder e Cerezo naquele que, para muitos, foi um dos melhores selecionados nacionais em todos os tempos, porém duramente castigado com a eliminação para a Itália na Copa de 82. Com a camisa amarela, cumpriu um total de 63 compromissos e marcou 24 vezes, entre 1979 e 1986, ano em que disputou seu segundo Mundial.





Com a abertura do mercado italiano no início dos anos 80 (até então bem restrito para jogadores estrangeiros), clubes tradicionais do país europeu passaram a buscar astros do futebol brasileiro e, após as idas de Falcão (Roma, em 1980), Zico (Udinese, 1983), Toninho Cerezo (Roma, 1983) e Júnior (Torino, 1984), chegou a vez de Sócrates desfilar seu talento no cálcio. Em 1984, foi contratado pela Fiorentina, que tinha como ídolo Daniel Passarella, astro e capitão da seleção argentina campeão do mundo em 1978. O estilo de jogo cadenciado do Doutor, porém, foi motivo de críticas por parte do companheiro, o que, de certa forma, ajudou a abreviar a passagem do atacante pelo futebol italiano.






Depois de um ano e meio sob as cores do clube de Florença, Sócrates retorna ao Brasil aos 32 anos para defender o Flamengo e, mais uma vez, formar parceira com Zico. Com o condicionamento físico já aquém do esperado e seguidas contusões, Magrão não teve destaque no Rubro-Negro, atuando somente 20 vezes e marcando cinco gols. No entanto, participou da conquista do Campeonato Carioca de 1986.

A ideia era de encerrar a carreira após a passagem pela Gávea, e o jogador se afastou dos gramados. Porém, um convite do Santos fez com que retornasse à ativa em 1988, um ano depois. Estreou pelo Peixe fazendo gol em um amistoso contra o Cerro do Uruguai (4 a 2,na Vila), mas, pouco tempo depois, decidiu se aposentar de vez, finalizando simbolicamente sua brilhante trajetória desportiva no querido Botinha, onde tudo começou...








Vai fazer falta... não só no mundo do futebol, mas também e principalmente para a Democracia brasileira que anda muito "mal das pernas"...

Valeu Doutor ...




Nenhum comentário: