quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

E como nem tudo são flores.. Capítulo 61


Episódio de hoje : Mais "caixas pretas" continuam aparecendo ...

Cinco Big Bens abalam o Flamengo

por Marcelo Damato

Um mistério ronda o Flamengo (na verdade, são muitos, este é um em particular): em maio de 2011, o Flamengo firmou um contrato de licenciamento com a marca francesa de relógios Hublot. O fabricante iria produzir duas séries de 250 relógios com o escudo do Rubro-Negro. O nome do modelo já parecia um prenúncio : Big Bang Flamengo. Em troca o Flamengo iria receber R$ 500 mil e mais seis relógios da grife, avaliados em R$ 40 mil cada uma das peças. Na cerimônia, o presidente da Hublot, Jean-Claude, presenteou a presidente Patricia Amorim com um relógio da marca.
O lançamento foi um sucesso entre os rubro-negros de maior poder aquisitivo. Dentro e fora do Brasil. Apenas no exterior, foram vendidas mais de 60 peças, num negócio total de R$ 2,4 milhões.






Afinal, o Flamengo é o time do povo. Porém, de todos os povos.
Alguns relógios foram reservados a rubro-negros ilustres, de longa data, ou nem tanto. Reservados para a compra, claro. Ronaldinho Gaúcho poderia ter o número 1 – coisa fina é sempre numerada. Mas talvez antevendo que seu futuro na Gávea não seria longo, declinou. O técnico Vanderlei Luxemburgo não se fez de rogado e arrematou o número 2. Se um dia realizar o sonho de ser presidente do clube, não fará feio na posse, pelo menos no relógio.

A Zico, o eterno ídolo, foi reservado, claro, o 10. Mas o Galinho, que não é de luxo, tampouco comprou.
Passados 20 meses do acordo, toda a primeira série está praticamente esgotada. Há pouquíssimos exemplares que ainda estão à venda.

Por isso, foi lançada uma  segunda, mais 250 relógios, estes de ouro, a 105 mil reais a unidade – chamados de Big Bang II. Praticamente o preço de um automóvel de luxo. Se o fabricante vender todos os 500, a receita total será de R$ 36,3 milhões. Desse total, só R$ 500 mil foram para o Flamengo. E mais seis destes luxuosos objetos.



Mas para quem ficaram?

De um dos relógios se conhece o paradeiro. Em sua posse como presidente eleito, Eduardo Bandeira recebeu-o da presidente que deixava o cargo, Patricia Amorim. Decerto, sem se aperceber da situação, Bandeira o recebeu de bom grado. Foi uma felicidade passageira. Logo de manhã, foi alertado por amigos e aliados de que não poderia ficar com o presente, pois não se tratava de um brinde, mas de uma joia pertencente ao clube. Na hora, mandou guardar o Hublot no cofre. Do Flamengo, claro.
Mas ainda sobram cinco. Quando assinaram o contrato, disseram que eram para os seis presidentes de Conselho – Diretoria, Deliberativo, de Administração, Fiscal, Beneméritos, Assembleia Geral – diz Leonardo Ribeiro, presidente do Fiscal.

Eu não recebi. Se tivesse teria vendido para comprar um carro, porque não tenho nenhum – justificou.

Walter D’Agostino, vice-presidente geral do clube, diz que não viu ninguém discutir sobre o assunto. Outras pessoas no Flamengo garantem que a versão da distribuição é fantasiosa.

E existem outras. Há notícias que tenham sido distribuídos a ídolos do clube, como o próprio Zico. Mas um conselheiro afirma que ficaram com Amorim – que teria sido aconselhada a devolvê-los.

O LANCE! procurou Patricia o dia todo. Seu marido, Fernando Sihman, disse desconhecer o assunto. Uma antiga assessora disse que um exemplar foi para o futuro Museu do Flamengo. Marcos Eduardo Neves, curador do Museu, disse que não foi informado de nada. A última reunião da equipe do museu foi há cerca de seis meses, mais de um ano depois de os relógios, ao menos em tese, terem sido entregues ao clube.

O L! procurou a nova diretoria para saber sua posição oficial. A única resposta que obteve é que o conteúdo do cofre não pode ser informado. Ninguém perguntou. Ainda não há inquérito para o caso.

Clube deve abrir inquéritos

Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal, deve abrir hoje um inquérito para apurar o destino dos cinco relogios da marca Hublot que estão supostamente desaparecidos do Flamengo. Segundo Ribeiro, o valor total dos objetos, cerca de R$ 200 mil, é relevante o suficiente para merecer uma investigação.

A diretoria do Flamengo, embora não tenha se manifestado oficialmente até o fechamento desta edição, também pode abrir uma apuração própria. E o Conselho de Administração do clube poderá seguir um caminho semelhante.

Versão pirata circula no Fla

Uma versão pirata do relógio Big Bang Fla produzido pela Hublot em parceria com o Flamengo, já circula dentro do próprio clube e no pulso de conselhei-ros. O LANCE! apurou que um conselheiro o comprou por R$ 900 e que outros já pediram ajuda para comprar. Além disso, um site de pirataria em português que usa o nome da cidade de Miami oferece a réplica a meros R$ 398. Pela lei brasileira, essas réplicas são ilegais.



 Só para "ajudar na investigação"...

Abaixo, os nomes do "ilustríssimos Presidentes dos conselhos da gestão "paty amorim"...


Presidente do Conselho de Diretoria :

PRESIDENTE
Patricia Amorim


Presidente do Conselho  Deliberativo :

PRESIDENTE
Sylvio Capanema de Souza


Presidente do Conselho de Administração:

PRESIDENTE
Mauricio Roberto Gomes de Mattos


Presidente do Conselho Fiscal:

Presidente
Leonardo Ribeiro


Presidente do Conselho de Grandes Beneméritos:

PRESIDENTE
Marcus Antonio de Souza Faver


Presidente da Assembleia Geral:

PRESIDENTE
Bernardo Amaral do Amaral




Se algúem conhecer ou esbarrar na rua com algum destes acima, por favor, "pergunte com carinho" onde foi parar o relógio doado indevidamente...

... a Nação agradece ... 


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Conta de celulares da antiga gestão assusta e bate R$ 220 mil por mês

Nova diretoria revê questão de telefonia e discute contrato com operadora. Número de linhas chegou a 120 e será reduzida para conter gastos

Por Janir Júnior Rio de Janeiro

Na semana passada, o presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello publicou no site oficial do clube uma carta aberta que só confirma a caótica situação financeira do clube. A auditoria contratada pelo clube faz uma análise minuciosa, e alguns casos vem à tona. Como por exemplo, a conta de telefones celulares disponibilizados para funcionários e vice-presidentes de Patricia Amorim que tinham direito a uma linha da mesma operadora que patrocina o clube.

O gasto mensal chegou a atingir R$ 220 mil, com contas de até R$ 8 mil por mês. Muitos documentos do antigo departamento de finanças também têm deixado integrantes da nova diretoria intrigados e em breve as questões devem ser expostas. Procurada pelo GLOBOESPORTE.COM, a ex-presidente Patricia Amorim e outros membros da diretoria dela não foram encontrados.

A nova diretoria está revendo a questão da telefonia e reduzirá o número de aparelhos disponibilizado para funcionários, que chegava a cerca de 120 linhas, além do corte de aparelhos Nextel.

Além disso, o contrato com a TIM que vai até 2015 e que estampa a marca no número da camisa, será rediscutido. Pelo primeiro ano de parceria, que será completado em março, foi depositado R$ 2 milhões nos cofres do clube. No contrato consta que, a partir do segundo ano, os valores seriam reajustados.

E já é consenso no clube que, ao fim da auditoria que é realizada pela empresa Ernst & Young, o relatório detalhado das finanças do Flamengo serão levadas a público.

No clube, existe a certeza que os números, documentos e o balanço das finanças do clube atingirão em cheio a ex-presidente Patricia Amorim e Michel Levy, então responsável pela pasta na última gestão.

A nova diretoria já trouxera a público o fato de os responsáveis pelo Flamengo nas últimas gestões não terem repassado o Imposto de Renda de funcionários à Receita Federal, utilizando o dinheiro para outros fins, o que caracterizaria apropriação indébita ou sonegação de impostos.
 

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