quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um texto muito bom par ler e refletir: Superclubes: o Brasil pode vir a ter um? Parte I

FONTE: Olhar crônico esportivo



por Emerson Gonçalves |


Ou dois? Ou três?

Em diferentes formas essa pergunta vem ganhando espaço, ultimamente. Para muitos, de forma acusadora, é uma realidade a caminho, que estaria ancorada nos valores maiores de direitos de transmissão pagos a Corinthians e Flamengo.

Há alguns anos eu mesmo encaro essa hipótese não só como extremamente viável como, na verdade, inevitável. O surgimento de clubes com grande poder econômico e esportivo dar-se-á como consequência do desenvolvimento e do crescimento do mercado. Sempre tive como ponto pacífico que o desenrolar desse processo entre nós conduziria à consolidação de quatro, talvez cinco grandes clubes. Muitos dirigentes do nosso futebol pensam na mesma direção e ouvi exatamente isso do Aod Cunha, então CEO do Internacional, com o número mudando para cinco ou seis instituições na opinião dele.

O Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria, fez uma palestra no Simpósio de Futebol em Curitiba, edição 2012, entre os dias 16 e 18 desse mês, abordando justamente esse tema: O potencial de consumo do torcedor brasileiro e a possibilidade de internacionalização dos clubes: O Que É Preciso Para Se Tornar Um Superclube?

Nesse post, dividido em duas partes, vou relatar resumidamente o que o Fernando apresentou durante o Simpósio. Nessa primeira parte veremos uma ideia geral de quais são e porquê são os superclubes, todos eles europeus. Na segunda parte, mostrarei o que o autor do trabalho chamou de pré-condições para os clubes brasileiros tornarem-se superclubes. Teremos, ainda, um terceiro post mostrando como cada um dos maiores clubes brasileiros está em relação aos requisitos para se tornar um superclube.

O Que É Preciso Para Se Tornar Um Superclube?

Para o autor, há hoje 11 superclubes no cenário mundial do futebol e dois aspirantes. Vamos a eles:

Barcelona
Real Madrid
Manchester United
Arsenal
Chelsea
Liverpool
Manchester City – aspirante
Bayern Munich
Borussia Dortmund
Internazionale
Juventus
Milan
Paris Saint-Germain – aspirante

Esses clubes apresentam alguns pontos em comum:

- são de países de economia forte, todos eles entre os 12 maiores PIB do mundo e com alta renda per capita;
- países com tradição no futebol;
- são clubes com grande poder econômico e capacidade para fazer investimentos;
- têm gestões profissionais e, na maioria, são empresas de capital aberto ou têm proprietários;
- disputam grandes campeonatos, que nesses casos são as ligas de cada país e, a maioria, a UEFA Champions League.


(Valores do PIB em Trilhões de dólares e não em bilhões.)


A tabela acima nos mostra alguns pontos importantes dos países com superclubes e também os números brasileiros para os mesmos. Um simples e rápido olhar é o bastante para mostrar a brutal defasagem entre a menor renda per capita dos cinco países europeus, alguns em crise, e o emergente Brasil. Economia grande e povo pobre, fruto da burra e péssima (até criminosa) distribuição de renda.




Essa outra tabela mostra as cidades-sede dos superclubes e aspirantes a essa condição. Aproveito para lembrar que a área imediata de influência de cada um dos clubes extrapola o município e abrange sua região metropolitana.





Considerando a receita dos 13 clubes, em 2011 já tivemos dois brasileiros com receitas totais na casa dos duzentos milhões. Detalhe: as receitas dos europeus é formada pelas receitas operacionais geradas pela atividade “futebol”,  e não incluem, entre outras, as receitas obtidas com transferências de atletas.






Estádios… Todos os superclubes ou aspirantes têm estádio próprio, exceção feita ao Milan e à Internazionale, que compartilham o Giuseppe Meazza ou San Siro, propriedade da prefeitura de Milão e administrado de forma conjunta pelos dois clubes. No mix de receitas dos clubes, as que são geradas pelo estádio são muito importantes, até pelo fato de serem de responsabilidade exclusiva de cada clube.




Com exceção apenas dos dois clubes da Espanha, todos os demais são empresas, seja de capital aberto, seja de proprietários únicos, com óbvias implicações sobre a gestão.

Fecho aqui essa primeira parte, já com um material bem interessante para se pensar a respeito.


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