Flamengo
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21 H
Estádio do Engenhão
Vamos Flamengo ...
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E mais uma vez, mudando um pouco de assunto ...
Siro Darlan, desembargador do Tribunal do Rio de Janeiro, ficou
notoriamente conhecido em todo o país por sua defesa ao Estatuto da
Criança e do Adolescente quando era juiz da Vara da Infância e da Juventude, cargo que ocupou por
14 anos. Além disso ficou conhecido por obrigar os atores menores, da
novela Laços de Família da Rede Globo, a sair da novela devido às fortes
cenas apresentadas pela trama. Na época, também foram alvos de Siro
Darlan as novelas Uga Uga e A ´Próxima Vítima. Como o debate sobre a
maioriadade penal voltou à tona o desembargador resolveu se pronunciar
sobre um assunto que ele domina. Siro Darlan sabe bem o que precisa uma
criança carente porque foi uma delas, sentiu na pele as dificuldades
impostas pela vida. Siro Darlan é natural de Cajazeiras, sertão da
Paraíba, cidade em que resido. Saiu daqui quando criança para fazer
bonito no Rio de Janeiro. Hoje recebi, por e-mail, uma carta do
desembargador. Nela o nobre magistrado faz um relato sobre a violência
que vivenciamos e o descaso das autoridades do Rio de Janeiro (isso
também serve para o Governo Federal e os outros Estados) que ao invés de
enfrentarem os problemas de frente tentam desviar o foco do assunto.
Vale a pena ler.
DO INSULTO À INJÚRIA
Pouco mais de 24 horas se passaram desde
que a juíza Patrícia Lourival Acioli foi chacinada. Quando se pensava
que a covardia desse ato ficaria restrita a ele próprio – um insulto em
forma de cusparada de sangue na cara do país -, se vê a ele somada a
injúria da empáfia das autoridades públicas, especialmente as do
Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
O atual presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro se apressa em justificar o
injustificável: o motivo para uma juíza que até as paredes do fórum de
São Gonçalo sabiam ameaçada de morte estar completamente à mercê de seus
matadores é singelo: ela não requisitara proteção, por ofício. Não
obstante, sem ofício, ou melhor, de ofício, sua segurança, conforme
avaliação (feita por quem? com base em que critérios?) do próprio
tribunal, havia minguado na proporção inversa do perigo a que a juíza
diariamente se via submetida.
Fica, assim, solucionado o crime:
Patrícia cometeu suicídio. Foi atingida por si mesma, 21 vezes, vítima
de sua caneta perdida, que se encontrava a desperdiçar tempo mandando
para a cadeia milicianos e todo tipo de escória que cresce à sombra do
Estado, de sua corrupção e de sua inoperância. Patrícia era uma
incompetente, uma servidora pública incapaz de fazer um ofício! Não é
isso que o senhor quer dizer, Presidente?
Que vergonha, Exa.! Por que no te
callas? Melhor: renuncie ao seu cargo. No mínimo será muito difícil
seguir à frente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, com a
morte de Patrícia em suas costas. Ela está agarrada ao seu corpo e ao
do seu antecessor, como uma chaga pestilenta. Sua permanência no
ambiente dá asco e ânsia de vômito.
Qualquer pessoa que assistisse ao
noticiário televisivo, que lesse jornal ou que tivesse acesso a algum
outro veículo de imprensa nac ional tinha conhecimento da situação de
Patrícia e de que sua vida estava em risco. Não a Presidência do TJRJ.
Segundo palavras do ex-presidente daquele órgão, seu único contato com a
juíza se deu numa ocasião em que esta por ele foi chamada para prestar
esclarecimentos a respeito de um entrevero que tivera com um namorado. O
fato chegou às folhas e S. Exa., o então Chefe do Judiciário, se sentia
no dever de agir logo, chamando às falas (sem ofício) a subordinada que
colocava em cheque a imagem do Poder por ele gerido. Mas, para proteger
a vida de Patrícia – ah, aí é querer muito! – era fundamental um
ofício!
E fico a pensar: em quantas vias? 21? As
cópias deveriam ser em carbono azul ou seria possível usar um modelo
vermelho sangue? Era necessário que a magistrada juntasse ao expediente
um mapa com a localização do Fórum de São Gonçalo, talvez? Ou um
comprovante de residência? Atestado de bons antecedentes? Declaração dos
futuro s assassinos afirmando que a ameaça era real (a lista encontrada
com o “Gordinho” não tinha firma reconhecida, nem era autenticada,
afinal).
Não tentem ler a minha mente, sem antes chamar um exorcista.
Magistrados de primeira instância,
uni-vos! Vossa integridade física está à mercê da fortuna. Vossa vida a
depender de uma folha de papel. Vossas famílias nas mãos de mentecaptos.
Marginais e milicianos em geral devem
estar com a dentadura escancarada num esgar de romance policial.
Bastaram duas motos, dois carros, um bando de vermes, 21 tiros e poucos
segundos para derrubar o castelo de cartas que era a imagem da Justiça
no Estado do Rio. Com tão pouco se revelou a podridão de um reino de
faz-de-conta, o que contrasta com o quanto foi necessário para liquidar
uma mulher só.
Um Poder sem força, sem visão, sem
preparo; um setor do serviço público que se transformou, em verdade,
numa grande empreiteira; quando não em um balcão de negócios (quebre-se o
silêncio!).
É inacreditável que a mais alta
autoridade judicial do Estado sequer ruborize ao dizer que a proteção de
uma juíza comprovadamente listada como alvo da milícia dependia de um
pedido escrito. A declaração do magistrado-mor revela aos interessados
em seguir matando juízes que o “Poder” por ele administrado não tem a
menor ideia da realidade enfrentada pelos julgadores de primeira
instância. Precisa ser provocado, cutucado, instado. O pleito de auxílio
aos que dele carecem deve passar por um processo, um crivo que, como se
viu, é muito eficiente, se o resultado perseguido for a eliminação
daquele que precisa ser protegido. O Judiciário não realiza, por sua
conta, qualquer controle, não mantém investigação permanente, não
monitora seus inimigos: é um Poder-banana.
Os juízes de direito, de agora em
diante, se transformaram na versão nacional do dad man walking
(expressão gritada pelos guardas quando acompanham os sentenciados até o
local da execução, nos presídios com corredor-da-morte, nos EUA). Os
próximos serão os promotores, os delegados de polícia (os agentes
penitenciários já são eliminados de há muito, assim como os
jornalistas), os homens de confiança do Secretário de Segurança e este
mesmo. Governador, tremei. Quem há de impedir que isso ocorra?
A temporada de caça está aberta. A porta
do Judiciário era sem trinco e agora não adianta colocá-lo. Tarde
demais. Até que a Justiça se mova e organize um sistema de autodefesa
pró-ativo (e não movido à base de papeluchos), muitos perderão a vida. O
crime não precisa se organizar. Basta conhecer o endereço do juiz,
discando 102.
Pior: doravante, será mais do que
suficiente um olhar de soslaio do réu para que o juiz assine – trêmulo,
mas de pronto – o alvará de soltura. Eu, no lugar de qualquer deles,
assinaria. Você não?
Bem-vindos à terra sem lei, sem vergonha e sem senso de ridículo.
Não se esqueçam de Patrícia Acioli!
Blog do Rubro Negro fanático e Desembargador do Estado do Rio de Janeiro, Siro Darlan
É um dos poucos magistrados que se salvam nesse "balaio de gatos" que é o judiciário carioca...
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E a propósito, um dos ilustres Desembargadores que negou e/ou retirou os diversos pedidos de proteção judicial feitos pela juíza assassinada , é uma "figurinha carimbada" no meio esportivo. Ele é amigo pessoal e íntimo do ex presidente do bacalhau Eurico Miranda e já comandou (o que na época era ilegal pois magistrados não poderiam excercer outras funções além da magistratura, e por isso o "renunciaram" - Leiam a reportagem ) o Superior Tribunal de Justiça Desportiva...
...
Abaixo, um vídeo muito legal do que esse Desembargador é capaz de fazer no cargo que ocupa...
A Sra em questão é uma Deputada Estadual do Rio de Janeiro, Cidinha Campos. A parlamentar é da turma "linha dura" da Alerj, ou seja, pela sua forma de agir incomoda em muito o crime VERDADEIRAMENTE organizado do Rio de Janeiro ...
Curiosamente os grande meios e veículos de comunicação "abafaram" tanto as denúncias da deputada quanto a carta do Des. Siro Darlan...
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