Figueirense
x
Flamengo
Mais um jogo em busca do Hepta !!!
E a Nação vai invadir mais um território !!!
Sempre ...
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Um história Verídica
Era
um dia frio, sem chuva. Seria um dia chato, não fosse o Maracanã lotado
e a expectativa de um título. Ele não era fanático, sequer tinha visto o
estádio lotado na vida, até então. Tinha 13 anos e torcia, timidamente,
para o Fluminense pois seus Tios e primos por parte de sua mãe eram na
maioria Tricolores .
Naquele
domingo seu pai o levou na final. A final era contra o Vasco , então
nada tinha a ver com o Fluminense , o que fez o Pai achar que não teria
problemas de levar seu tão querido filho junto como companhia . De
bandeira, camisa e ingresso na mão, chegou assustado com a multidão.
Entrou faltando 15 minutos pra começar e, quando olhou em volta em meio a
uma expressão de espanto mas admirado , disse: “Pai, quantas pessoas
tem aqui?!?”.
- Muitas, filho… uma Nação inteira, disse o pai , é a Nação do seu Pai .
Aquela
multidão explodiu em faixas, bandeiras e papel picado minutos depois. O
garotinho se encolheu com medo , nunca tinha visto nada igual e
sentou. Com 1 minuto de jogo a torcida levantou e não deixou que o guri
visse mais nada. Ele ouvia, sentia, mas não assistia , mas a sensação e
força daquela Nação começava a mexer com ele de uma forma inexplicável .
Seu
pai, rubro-negro apaixonado, não tinha muita esperança de que seu
moleke " tricolor" um dia se envolvesse com futebol. Jamais mostrou
grande interesse, e só torcia porque , como disse acima,tinha os Tios e
primos que estavam sempre com ele e ele ia no embalo dos mesmos, mas
nunca na vida ele sentiu a emoção que o Futebol poderia lhe
proporcionar.
O
Flamengo saiu ganhando, mas não bastava. Tinha que ser com 2 gols de
diferença, ou nada. Seu pai explicou que “faltava um”, e o garotinho não
entendeu. Afinal… vitória não é vitória de qualquer jeito?
Sofreu
um gol, e ele não tirou sarro do pai como sempre fazia. Ficou triste,
como que contagiado pela multidão. O outro lado, 35% do estádio apenas,
fazia barulho, e ele ouvia o silencio da nação a sua volta. Segundo ele,
o silencio mais dolorido que já escutou na vida, e começou a sentir as
mesmas emoções da "Nação" que naquele momento ele fazia parte .
O
Flamengo fez o segundo, e o garotinho, se envolvendo com o jogo,
vibrou. Pulou no colo do seu pai e o abraçou como se fosse um legítimo
“urubuzinho” , mas não era……ainda.
A
torcida começou a cantar o hino, que ele sabia de cor de tanto ouvir o
pai cantar. Pela primeira vez, cantou num estádio, e começou de fato a
fazer parte daquela incrível e única Nação explodindo numa emoção que
ele não sabia que existia. A angustia de milhares não passou em branco.
Em mais alguns minutos o garotinho suava e já rezava de mãos grudadas ao
peito , dividindo a angustia com seu Pai, que falava e comentava o jogo
com todos os irmãos Rubro Negros em sua volta , como se estivese entre
amigos numa grande família Rubro negra. Em poucos minuto a sensação era
de que todos ali eram velhos conhecidos , e todos torciam como nenhuma
outra torcida no mundo torce , foi o maior sentimento de paixão coletiva
que ele presenciou em toda sua vida .
O Flamengo virou, mas não bastava e ele , pequenino , tentava entender o que se passava em sua volta e no jogo, sofria e vibrava junto com seu Pai e a sua Nação.
40
minutos do segundo tempo. Mesmo com 2×1 no Placar, a nação ouvia
gozações do outro lado. Ele não entendia, e fez o pai explicar, mesmo
num momento dramático do jogo.
Atencioso,
o pai sentou e contou pro garoto que o Flamengo precisava ter 2 gols de
vantagem, porque a vitória por um gol empataria a soma de 2 jogos, e o
empate era do rival. Ele não entendeu bem, mas simplificou em sua
cabeça: “Mais um e ganharemos”.
Opa… “ganharemos”? Ele não era Fluminense?
Opa… “ganharemos”? Ele não era Fluminense?
E
então, aos 43 minutos, onde alguns ( uma minoria ) já se mexiam na
direção da saída, uma falta do meio da rua. Seu pai vibrou e ele
questionou: “O que foi? Foi pênalti!? “
- Quase isso, filho!! Dali pro Pet é pênalti!!, profetizou o pai, ignorando a distancia da falta.
- Quase isso, filho!! Dali pro Pet é pênalti!!, profetizou o pai, ignorando a distancia da falta.
A
cobrança… o silencio eterno de 1 segundo e a explosão. Gol do Flamengo!
Petkovic! E seu pai o abraça como nunca abraçou em toda sua vida. Pula,
joga o garoto pra cima, beija, chora…
O garotinho, numa mistura de susto com euforia, olha em volta e, de braços abertos, comemora em silencio um gol que não era dele.
O garotinho, numa mistura de susto com euforia, olha em volta e, de braços abertos, comemora em silencio um gol que não era dele.
Sem razão, ele chora. E chorando, abraça o pai que, preocupado, rompe a alegria e pergunta: O que foi? O que foi? Se machucou?
- Não… Eu to feliz, pai!
Sem
mais palavras, o pai sentou e abraçado ao garotinho deu um abraço de
tricampeão. O jogo acabou, e os dois continuaram abraçados.
A
festa rolando, os dois assistindo a tudo aquilo emocionados, o
garotinho absolutamente embasbacado com a cena, já que nunca havia
visitado um estádio lotado, muito menos uma decisão. O pai olhava pro
campo e pro filho, porque sabia que, talvez, aquele fosse seu único
momento na vida onde teria a imagem de seu garoto comemorando um título
do time dele.
E chorava, sem vergonha nenhuma de quem estivesse em volta.
O
menino foi embora pensativo, eufórico. Em casa, contou pra mãe com uma
empolgação incomum sobre tudo que viveu naquela tarde. E não falava do
jogo, apenas da torcida. Iludido por uma frase, contou pra mãe:
- Aí, no finalzinho, teve um pênalti! E o Flamengo fez o gol…
- Não filho… não foi pênalti! Foi de falta.
- Mas você disse que foi pênalti…
- Era modo de falar…. hahahahahah
- Então, mãe… aí, o cara fez o gol e a gente foi campeão!!!
- Não filho… não foi pênalti! Foi de falta.
- Mas você disse que foi pênalti…
- Era modo de falar…. hahahahahah
- Então, mãe… aí, o cara fez o gol e a gente foi campeão!!!
Pronto.
Aquele “a gente” fez o pai parar de colocar cerveja no copo, virar a
cabeça lentamente e perguntar, com medo da resposta:
- A gente, filho?
(silencio…)
- É pai! O Mengão eu sou Flamengo igual ao Sr .Pai , nunca liguei para futebol porque não tinha conhecido a nossa Nação Pai , mas hoje eu ví que somos diferentes, somos únicos !!!!!
- A gente, filho?
(silencio…)
- É pai! O Mengão eu sou Flamengo igual ao Sr .Pai , nunca liguei para futebol porque não tinha conhecido a nossa Nação Pai , mas hoje eu ví que somos diferentes, somos únicos !!!!!
Emocionado,
o Pai abraçou o garoto e não falou nada. Ali, seu maior sonho virava
realidade. A mãe entendeu, deixou os dois na cozinha e saiu de fininho,
enquanto o pai começava a contar de uma outras finais e diversos jogos
que viveu em toda a sua vida, com toda a atenção do novo rubro-negro que
a cada palavra do seu Pai se emocionava e ficava estático , surpreso e
tão apaixonado pelo Flamengo como seu Pai também era .
Hoje o garoto tem 21, completados há alguns dias.
Quando seu Pai perguntou o que ele queria de presente este ano, a resposta foi essa:
- Dois ingressos para a final , uma bandeira, a camisa nova e ver o Sr. chorando de emoção ao meu lado igual aquele dia Pai.
E há quem diga que “futebol é bobagem”…
Essa é minha história ....
Carlos Eduardo Ribeiro de Souza
Carioca , Flamenguista e melhor amigo do meu Pai graças ao Flamengo
Texto tirado da Net
http://www.flamengorj.com.br/
Feliz dia do pais a todos !!!
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