Maria Emma Hulga Lenk Zigler
Na sua época, havia preconceito com relação as mulheres que praticavam esportes de uma maneira geral. As meninas bem que tentavam, iam aos clubes e aprendiam a nadar. Mas quando começavam a competir os pais não queriam, o namorado implicava. O preconceito era tão forte que até mesmo os jornais falavam que as mulheres que praticavam esporte não iam ter filhos, ou que não seria uma prática muito religiosa. Maria Lenk não dava ouvidos e seguia apenas o seu impulso de querer fazer esporte, competir e ganhar.Vestida de enormes maiôs, nadando em rios e praias, Maria Lenk deu as primeiras braçadas em competições nacionais. Os primeiros passos de emancipação feminina, como o direito de voto e ingresso no mercado de trabalho, ainda eram conquistas recentes. No esporte, as mulheres começavam a se destacar. Depois dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a Federação Paulista de Natação começou a organizar competições para equipes femininas. Em 1935, o Rio de Janeiro sediou o primeiro sul-americano de natação com a participação de mulheres, já tendo em vista as Olimpíadas de Berlim, em 1936. Maria Lenk e mais três nadadoras completavam a equipe do Brasil. Era a segunda Olimpíada para a nossa campionissima. Foi uma Olimpíada de aprendizado. Enquanto dava aulas de Educação Física na Universidade do Brasil, treinava na piscina do Guanabara, se preparando para a Olimpíadas de 1940. Sem técnico e seguindo seus próprios métodos de treinamento, Maria Lenk bateu dois recordes mundiais, nos 200 e 400 m peito, um ano antes da data marcada para os Jogos. As chances de conquista de medalhas eram grandes, mas a Segunda Grande Guerra Mundial interrompeu a carreira promissora de Maria Lenk e muitos outros atletas de sua geração. Sua participação nas Olimpíadas foi importante para o esporte feminino no Brasil. Na época, houve muita divulgação e o interesse pela natação cresceu. O importante para Maria Lenk é que ali nasceu o entusiasmo que ela tem pelo esporte até hoje. Com mais oitenta anos de idade ainda continuava competindo e conquistando títulos na categoria master.
Aos dezessete anos, foi a primeira mulher sul-americana a competir em Olimpíadas, nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Nos Jogos seguintes, realizados em Berlim, em 1936, estava de volta, desta vez acompanhada por mais três nadadoras. No ano de 1939, durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, quebrou dois recordes mundiais individuais, nos 200m e 400m peito, a primeira e única brasileira a fazê-lo. Os planos para os Jogos de 1940 tiveram de ser interrompidos por ocasião da Segunda Guerra Mundial.
Em 1942 ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Era também membro vitalício da Sociedade Americana de Técnicos de Natação [1]. Ainda hoje detém diversos recordes mundiais de masters, entrando para o Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (FINA) em 1988, quando foi homenageada com o Top Ten da entidade máxima do esporte por ser um dos dez melhores nadadores master do mundo.
Em 2003, após três anos de pesquisas, lançou o livro Longevidade e Esporte, que mostra os benefícios trazidos pela prática de esportes. Até os últimos dias de vida nadava cerca de 1.500m / dia.
Em 13 de janeiro de 2007, a prefeitura do Rio de Janeiro publicou decreto do executivo municipal dando o nome de Maria Lenk para o Parque Aquático do Jogos Pan-americanos de 2007.
Maria Lenk faleceu aos 92 anos de idade, por parada cardiorrespiratória, após exercitar-se na piscina do Clube de Regatas Flamengo.
Maria Lenk faleceu aos 92 anos de idade, por parada cardiorrespiratória, após exercitar-se na piscina do Clube de Regatas Flamengo.
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