Dejan Petković
em sérvio, Дејан Петковић
(Majdanpek, 10 de setembro de 1972)
É um futebolista sérvio que atua como meia. Atualmente, joga pelo Flamengo.
Especialista em cobranças de faltas, escanteios, lançamentos, passes e chutes precisos, Petković é reconhecido como um dos jogadores mais técnicos atuando no Brasil e um dos melhores jogadores estrangeiros que já jogaram no país.
Porém, esse sucesso não seria reconhecido pelas diversas comissões técnicas que foram se passando pelas Seleções Iugoslava, Servo-Montenegrina e Sérvia - sucesso este que, todavia, acabaria reconhecido pelo próprio governo da Sérvia em junho de 2010, quando o Ministro das Relações Exteriores de sua terra natal, Vladimir Jeremić, anunciou Petković como cônsul honorário da Sérvia no Brasil.
Carreira
Início da carreira, na Iugoslávia
Nascido em Majdanpek, cedo mudou-se para Niš para jogar nas categorias de base do clube da cidade, o Radnički Niš; seguia os passos do irmão mais velho, Boban, e do pai, Dobrivoje, que também foram jogadores. Tornou-se o mais jovem jogador da história do futebol iugoslavo a atuar numa partida oficial, estreando em 25 de setembro de 1988 (quando tinha 16 anos e 15 dias de idade) em vitória por 4 x 0 sobre a equipe bósnia do Željezničar Sarajevo.
No Radnički, ganhou o apelido pelo qual é conhecido em sua terra natal, Rambo, em referência ao personagem de Sylvester Stallone, por seu físico robusto à época. Até hoje, faz contribuições ao seu primeiro clube, como arranjar material esportivo e dinheiro.[6]
Deu seu grande salto ao transferir-se em 1991 para o poderoso Estrela Vermelha de Belgrado, da capital da então Iugoslávia e recém-campeão da Copa dos Campeões da UEFA, atuando por lá até 1995. Em sua primeira temporada, a de 1991/92, o clube foi campeão iugoslavo e faturou também o Mundial Interclubes, mas Petković não chegou a ter participação relevante nos dois títulos; ainda não conseguira espaço no elenco, repleto de jogadores de renome inclusive internacional, como Dejan Savićević, Darko Pančev, Siniša Mihajlović, Vladimir Jugović e Miodrag Belodedici.
Aquela edição, a última do campeonato iugoslavo a ter contado com equipes macedônias e bósnias, marcou também a saída destes astros que, com o agravamento da Guerra Civil Iugoslava, foram jogar no estrangeiro. A equipe do Estrela precisou então ser reformulada e o Rambo finalmente obteve chances. Por dois anos, foi o arquirrival Partizan que faturou o campeonato. Até que, na temporada 1994/95, Petković foi o grande nome no meio-campo do grupo que reconquistou a liga iugoslava, o único campeão a jogar as 36 rodadas, sobressaindo-se em relação a colegas que posteriormente teriam mais respeito que ele, como Goran Đorović, Darko Kovačević e Dejan Stanković.
Após a conquista, foi contratado pelo Real Madrid por já ser considerado uma das grandes promessas europeias. O Estrela Vermelha demoraria cinco anos sem ele para ser novamente campeão nacional.
Fracasso na Espanha
Sua esperada explosão no Real, entretanto, não ocorreu. Em entrevista à Revista Oficial do Flamengo, o jogador detalhou os contratempos que teriam lhe atrapalhado no clube merengue: contratado em agosto, foi segurado por mais cinco meses pelo Estrela, que classificara para a fase preliminar da Liga dos Campeões da UEFA de 1995-96, no que seria a volta de um time iugoslavo às competições europeias após o fim das sanções da FIFA impostas ao país devido às guerras civis. Entretanto, o clube acabou eliminado e Petković só chegou ao Real em dezembro.
Apesar de sua ótima estreia, em que marcou um dos gols na vitória por 3 x 2 no clássico contra o Atlético de Madrid em partida realiza no dia de natal daquele ano,não conseguia chances com o técnico Jorge Valdano, no que seria uma retaliação ao desafeto Lorenzo Sanz, presidente à época do clube e responsável pela contratação do sérvio. A direção dos blancos, então, arranjou um empréstimo de Rambo ao Sevilla para que pudessem contratar o croata Davor Šuker, estrela deste clube. O empréstimo duraria quatro meses e só foi assegurado após Valdano conseguir manter-se no cargo após a equipe arrancar um empate no final de uma partida contra o Real Zaragoza, a despeito de a torcida madridista demonstrar que preferiria o iugoslavo ao técnico.
No Sevilla, Petković era titular, mas costumamente substituído nas partidas, uma vez que só ficaria até o meio de 1996 e o clube necessitava desenvolver um esquema sem ele. Os acasos continuaram a lhe trazer lamentações: na mesma rodada em que estreou na nova equipe, o Real perdeu e Valdano fora demitido. Para piorar, fraturaria o pé pouco depois. Quando o empréstimo terminou e ele voltou ao Real, desentendeu-se com o novo treinador, o italiano Fabio Capello, e Petković foi novamente emprestado, desta vez para o Racing Santander.
Novamente pouco utilizado no clube merengue, após voltar de passagem também infrutífera no Racing, aceitou convite da equipe brasileira do Vitória, que o descobriu após participar de torneio amistoso em que o sérvio se destacou pela equipe B do Real.
Chegada ao Brasil: Vitória
O rubro-negro baiano, em parceria com o Banco Excel, contratara também as estrelas Túlio e Bebeto. O "gringo" viera justamente para substituir Bebeto, que fora para a Estrela solitária, e ofuscaria Túlio, que seria negociado também naquele ano. Inicialmente, seu grande objetivo ao aceitar a proposta do Vitória, para o qual não queria vir, era jogar bem para atrair atenção europeia.
Desconhecido no Brasil, poucas eram as expectativas em cima do iugoslavo, que, logo na sua estreia, contra o União São João, marcou um gol de falta e deu passe para Túlio também marcar no empate por 2 x 2 contra o time paulista. Em sete partidas em 1997, marcou cinco vezes. Em 1998, foi vice-artilheiro e vice-campeão estadual, com 16 tentos. No Brasileirão de 1998, foram 14 gols em 21 partidas, fazendo com que o São Paulo chegasse a oferecer suas promessas França e Dodô por ele, na época.
Seus gols e assistências, em partidas memoráveis, ficaram marcados na memória da torcida leonina, com a boa fase seguindo no ano seguinte, em que ele foi finalmente campeão baiano e artilheiro do estadual, além de participar da campanha vitoriosa na Copa do Nordeste. Com isso, conseguiu seu retorno ao futebol europeu, sendo contratado pelo Venezia, da Itália, transferindo-se no meio do ano para jogar a temporada 1999/2000.
Até hoje é lembrado como um dos grandes jogadores que passaram pelo rubro-negro baiano nos últimos tempos - ele, por sua vez, declara que o Vitória é o seu único clube de coração no Brasil.
No Vitória, não recebia por meses, mas jogava feliz |
No Flamengo ...
Primeira passagem
Na Europa, "Pet" ficou novamente sem espaço, decidindo aceitar um retorno ao Brasil no semestre seguinte, no início de 2000, em outro rubronegro, desta vez o Flamengo. O clube carioca aproveitava o bom dinheiro recebido com prêmio da Copa Mercosul de 1999, recém-conquistada, contratando também Mozart, promessa vinda do Coritiba que não emplacou. O Estadual foi vencido pela segunda vez seguida sobre o bacalhau, com os rubro-negros conseguindo recuperar-se de goleada de 1 x 5 imposta pelos arquirrivais, que haviam contratado a estrela Romário após o Baixinho ter sido dispensado pelo Flamengo por indisciplina em meio ao título na Mercosul. Posteriormente, em parceria com a ISL, os flamenguistas reuniram um esquadrão, contratando também Gamarra, Alex, Edílson e Denílson. Porém, apenas Petković, após um início ruim, e Edílson vingariam, não o suficiente para classificar a equipe entre os oito finalistas da Copa João Havelange, como foi chamada a edição do ano de 2000 do Campeonato Brasileiro. Ironicamente, o sérvio e o baiano desentenderiam-se no elenco.
No primeiro semestre de 2001 Petković viveu uma das melhores fases de sua carreira. Conquistou dois títulos estaduais e um nacional. Destacou-se especialmente por suas ótimas cobranças de faltas, sendo que duas foram decisivas em finais daquele ano contra o bacalhau (Campeonato Carioca) e São Paulo (Copa dos Campeões). A cobrança de falta que deu ao Flamengo o título do Campeonato Carioca de 2001 contra o Bacalhau é lembrada até hoje, e o jogo é tido como um dos mais emocionantes na história do clássico; o rival cruzmaltino, vice-campeão nos dois Estaduais anteriores para o Flamengo embora em ambas as decisões tivesse ido às finais em vantagem, finalmente levava o título estadual mesmo com a parcial derrota por 1 x 2, até Petković - que já havia feito cruzamento preciso justamente para Edílson marcar de cabeça o segundo gol - acertar a cobrança aos 43 minutos do segundo tempo.
Na final contra o São Paulo na Copa dos Campeões, seu gol de falta acabou sendo determinante, alterando o placar em 2-1 para o Flamengo. Embora os são-paulinos depois virassem para 2 x 3, o resultado deu o título aos rubro-negros (que na partida anterior haviam vencido por 5 x 3), que finalmente voltavam à Taça Libertadores. No coração da massa rubro-negra, Petković virou "Pet". Com tantos momentos marcantes, incluindo ainda um em que a torcida cantou-lhe parabéns em partida realizada no dia de seu aniversário, o sérvio finalmente passou a considerar o Brasil sua segunda casa.
O segundo semestre, entretanto, já não foi tão bom: o Flamengo fez um péssimo Campeonato Brasileiro (ele, que marcara 14 tentos em 23 partidas na Copa João Havelange, no ano anterior, fez apenas quatro gols em vinte e um jogos no Brasileirão de 2001) e ficou apenas uma posição acima dos quatro times rebaixados. O ambiente piorou na Gávea no início de 2002, com a perda da Copa Mercosul nos pênaltis para o San Lorenzo, com o sérvio sendo expulso na decisão; e, posteriormente, com a decepcionante campanha na Libertadores, onde o Flamengo foi eliminado na primeira fase, ficando em último em seu grupo.
Segunda passagem
Sete anos depois, tendo sido ídolo também nos rivais bacalhau e o tricolor, Petković retornou ao Flamengo em um acordo para diminuir o valor que o clube lhe deve. Adotou o supersticioso número 43 para lhe dar sorte: aos 43 minutos do segundo tempo foi o momento em que ele marcara seu mais célebre gol, o de falta contra o Bacalhau, que rendera o Carioca de 2001; outra referência a esta conquista era o fato de ela marcar o quarto tricampeonato (4x3) seguido do Fla no Estadual. Além disso, 43 também fora a quantidade total de gols que marcara em sua primeira passagem no clube.
Como a contratação deu-se assumidamente em função da dívida e não de uma boa fase vivida pelo jogador, havia grande dose de desconfiança em relação ao sérvio, o que foi mudando quando ele voltou a demonstrar futebol vistoso, tornando-se o grande articulador do Flamengo no campeonato. O Flamengo, comando pelo efetivado interino Andrade, teve nele, em "Pet" e em Adriano os principais nomes de uma surpreendente reação que levaria o clube da 14ª posição, próxima à zona de rebaixamento, à conquista do título. O sérvio teve seu ápice até então na vitória sobre o líder do Campeonato Brasileiro de 2009, o Palmeiras: em pleno Parque Antártica, marcou um gol olímpico e um em jogada individual na defesa adversária.
Nova vitória no jogo seguinte, um clássico contra a estrela solitária, deixou os rubro-negros a três pontos da liderança, no que foi a décima primeira partida invicta do Flamengo. Na mesma partida, entretanto, Petković lesionou a coxa. Sua ausência foi apontada como o grande motivo da derrota para o Barueri, na partida posterior, que fez o clube estacionar sua reação no torneio, caindo para a quinta colocação, demonstrando também grande dependência que o elenco possuiria em relação a ele.
Dois jogos depois, o "gringo" voltou a fazer mágica: Marcou o primeiro gol do jogo batendo escanteio (o seu segundo gol de escanteio no campeonato) contra o Atlético Mineiro no Mineirão, então terceiro colocado no campeonato que, com a derrota para o Flamengo pelo placar de 3 X 1, perderia a posição para este, passando a ocupar o quarto lugar. Contando com os tropeços dos líderes, o clube conseguiu alcançar a liderança pela primeira vez no campeonato na penúltima rodada. O sexto título brasileiro, o primeiro em dezessete anos do Flamengo, foi assegurado com vitória de virada por 2 x 1 sobre o Grêmio no Maracanã, com "Pet" utilizando outra vez sua nova especialidade, os escanteios: em assistência de córner dele saiu o gol do título (que até então, com o empate parcial, estava ficando com o Internacional), de Ronaldo Angelim. O primeiro gol (de David) também surgiu em um escanteio cobrado por ele.
Não aprendi português o suficiente para achar palavras para descrever a torcida do Flamengo... |
Em 20 de novembro de 2009, já havia deixado sua marca na história do Maracanã, sendo o quinto estrangeiro a ser eternizado na Calçada da Fama do estádio, demonstrando muita emoção com a homenagem recebida. No mês anterior, já recebia alta homenagem de uma das torcidas organizadas do Flamengo, que inseriu a efígie de "Pet" em uma bandeira da Sérvia. Dias depois, a bandeira foi utilizada também em chuteira personalizada que a Adidas lançou para o jogador. Seu grande desempenho pelo campeonato lhe renderia também sua terceira Bola de Prata como um dos melhores meias, tendo ganho as duas anteriores com os rivais Bacalhau e tricolor. "Pet" também esteve perto de faturar a Bola de Ouro, ficando um décimo apenas atrás do premiado Adriano.
Títulos:
- Estrela Vermelha
- Real Madrid
- Vitória
- Flamengo
- Taça Rio: 2000
- Taça Guanabara: 2001
- Campeonato Carioca: 2000, 2001
- Copa dos Campeões: 2001
- Campeonato Brasileiro: 2009
- Bacalhau
- Shanghai Shenhua
- Al-Ittihad
- Copa Saudita: 2005
Prêmios
- Bola de Prata da Revista Placar: 2004, 2005, 2009
- Melhor Meia-esquerda do Campeonato Brasileiro: 2009
- Ordem de Rio Branco: 2010
Parabéns Alexandre Fernandes - Bal
Feliz por ser Brasileiro, Rubro Negro, Hexa campeão e Penta tri ...
Muitas Felicidades para você e sua familia...
( já que você não vai "um dia de folga" para o escorpião que mora dentro da sua carteira e pagar uns chopps hoje...)
... brincadeira ...
E como homenagem, uma "música clássica" para ouvir...rs
2 comentários:
Peça ao Alexandre para listar os títulos dele e verás que ele tem muito mais que o Rambo e quase todos pelo Flamengo. Os outros são pelo Brasil.
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