sexta-feira, 11 de maio de 2007

Tinteiro



José Jorge Fabiano, o popular Tinteiro

Do Cachoeiro F.C. ao C.R. Flamengo

O filho do "Seu" Pires e "Dona" Lídia, o cachoeirense, José Jorge Fabiano, o popular Tinteiro, nasceu no dia 25 de setembro de 1948.


Criado no bairro Arariguaba, vizinho do seu clube do coração até hoje - apenas o muro separa o estádio Moreira Rebello da sua residência - começou ainda menino a jogar nas divisões de base do Cachoeiro, tendo jogado na categoria infantil e juvenil, se destacando sempre pela técnica, vitalidade e disciplina. Era chamado por todos carinhosamente pelo apelido de Pelézinho. Lembra com muita saudade daquela época e cita os nomes de José Marangoni, José de Alencar, Onofre Nascimento e Ademir Alves, como grandes incentivadores e fundamentais na sua formação esportiva e os considera grandes pessoas. Em 1966, aos dezoito anos, na administração do Presidente Edlo Mendes Baião e por seu intermédio, se transferiu para o Flamengo, ingressando na categoria juvenil. Lá chegando ganhou o apelido de Tinteiro, dado pelo zagueiro central, Sapatão. Atuou também na categoria de aspirantes, a chamada categoria intermediária, chegando a excursionar pelo Japão. Daí para o time profissional foi um pulo, atuou como profissional durante três temporadas, duas como titular, 1970 e 1971 e uma como reserva, 1969, de um dos maiores laterais esquerdos da história do Flamengo e do próprio futebol brasileiro em todos os tempos - Paulo Henrique. Tinteiro foi titular do Flamengo exatamente quando Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo. Com o retorno de Paulo Henrique, a pedido do então técnico, o paraguaio, Fleitas Solich, perdeu a condição de titular e por falta de orientação foi perdendo espaço em conseqüência da sua impetuosidade. Tem grandes recordações e reconhece o valor e expressa a grande admiração que nutre pelo ex-companheiro de posição. O único gol que marcou como titular foi contra a Portuguesa de Desportos, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, possibilitando a vitória do Flamengo, por 1 a 0. Em 1972, sem chances e desanimado, obteve o passe livre. No mesmo ano surgiu o interesse e uma proposta oportuna do Tiradentes, do Piauí, através do seu Presidente, o Coronel Canuto Picaldas. Vendeu o seu passe e com o dinheiro apurado, pôde proporcionar com muito orgulho aos seus humildes, dignos e queridos pais e irmãos, melhores condições de vida. Em 1974, se transferiu para o C.R.B. de Alagoas. Depois atuou em diversos clubes brasileiros, como: Confiança de Sergipe, Leônico de Simões Filho, Bahia, Treze e Campinense, da Paraíba, Ferroviária de Araraquara, São Paulo, quando foi levado por Vail Mota e treinado pelo famoso Aymoré Moreira. Em 1980, retornou ao Espírito Santo, devido ao estado de saúde bastante delicado da sua querida mãe. Atuou pelo Estrela do Norte, de Cachoeiro de Itapemirim e Colatina, de Colatina. Em 1985, foi jogar no Nacional de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, clube da segunda divisão do futebol fluminense. Em 1987, assinou seu último contrato como jogador de futebol profissional, defendendo as cores do Grêmio Santo Agostinho, da sua querida terra natal. Tinteiro lembra que trabalhou e adquiriu experiência com grandes técnicos, como por exemplo: Elba de Pádua Lima, o Tim, Yustrich, Aureliano Beltrão, Fleitas Solich, Aymoré Moreira, entre outros. Teve no futebol como ídolos, em primeiro lugar, o " Rei Pelé " , em segundo, " o anjo das pernas tortas ", Garrincha, e para completar " o galinho de Quintino ", Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, a quem tece comentários elogiosos quanto a sua conduta como atleta e homem, em virtude do convívio profissional e do relacionamento estreito que mantiveram ao longo do tempo. Em 1970, foi um dos destaques da Revista Placar, que na época o considerava como uma das maiores promessas do futebol brasileiro. Foi também muito elogiado pelo comentarista esportivo, João Saldanha, da Rádio Globo e pelo jornalista Teixeira Heizer, do Jornal dos Sports. Tinteiro teve como companheiros no Flamengo, entre outros, Garrinha, Doval, Zico, Fio Maravilha, o paraguaio Reyes, Rodrigues Neto, Roberto Miranda, Murilo, Zanata e Liminha.Um dos momentos mais marcantes da sua carreira, foi em 1969, com o Maracanã recebendo um público pagante estupendo, quando jogou contra o Santos e o " Rei " tentava chegar ao seu milésimo gol. A satisfação foi imensa, ter jogado contra o maior ídolo e ter ajudado a evitar o milésimo gol. Depois que encerrou a carreira, chegou a trabalhar no Flamengo. Hoje, Tinteiro está vinculado a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, especificamente na Secretaria da Criança, do Adolescente e da Juventude, onde é um dos professores da escolinha de futebol. Com muita tranquilidade e dedicação, transmite as crianças carentes os ensinamentos que a vida e o futebol lhe proporcionaram e com sabedoria os preserva. E ele sempre diz...! Foi tudo ótimo.

Títulos e conquistas:


Campeão Infantil pelo Cachoeiro F.C.

Campeão Juvenil pelo C.R. Flamengo

Campeão Taça Guanabara pelo C.R. Flamengo

Vice-Campeão baiano pelo Leônico

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