sexta-feira, 19 de abril de 2013

E o "nosso Natal" continua ...


Zico – um livro a 60 mãos


Lembro-me quando eu trabalhava nas editorias de cultura e Gil, Caetano e Chico completaram 60 anos de vida. Tiveram festa, páginas e retrospectiva da obra.
        
 Com Zico 60 foi assim também em 2013. Reportagens, entrevistas e homenagens. Ainda bem. Neste mundo fugaz e ligeiro, muito moleque nasce sabendo tudo. E a certeza de que o mundo começou no ano 2000 permeia algumas jovens mentes brilhantes, porém distorcidas.
        
 Poeira baixada, apesar do Galinho ainda estar presente na campanha de ressurreição do Flamengo, chega a notícia de que um ano tão especial para o rei Arthur merecia algo inesquecível.
       
Por iniciativa do coletivo “Donas da Bola”, vem aí um livro-homenagem ao maior jogador do Flamengo de todos os tempos. Um dos maiores craques da Seleção. A ideia foi reunir textos e crônicas de gente que tenha tido experiências de vida com Zico. Simplesmente Zico. Jornalistas, torcedores, atletas que tinham alguma história boa para contar. Deu tão certo que a mentora Priscila Ulbrich chorava a cada texto que chegava às suas mãos. As donas da bola juntaram tudo, pegaram o avião e foram entregar ao “padrinho”, que as esperava no CFZ do Rio. Ele leu, curtiu, se emocionou, gostou e exigiu, com bom humor. “Isso tem que virar um livro”.


     
 Virou.
        
Priscila resume: Resumão: “um livro de depoimentos sobre e para o Zico. Histórias inéditas, histórias de infância. Histórias de uma vida. Você chora, ri e fica preso a histórias inusitadas. Uma verdadeira linha do tempo dinâmica.”

O lançamento é em junho. Um aniversário como esse merece festa o ano todo. Gente como Arlindo Cruz, Adílio, Décio Lopes, Dario Leite, Evair, Edu Cesar, Jota Junior, Juca Kfouri, Júnior, Marcelo Barreto, Marcelo Courrege, Martha Esteves, Thiago Lacerda, Nalbert, Ricardo Gonzalez, Taffarel, Tino Marcos, Virna e mais uma penca de admiradores da obra estética de Arthur Antunes Coimbra estarão presentes nesta antologia-presente.


Abaixo, o que escrevi sobre Zico para o livro:

        
 Eu era moleque.

E tinha um vizinho tricolor. Muito tricolor. Tricolor doente. “Não existe tricolor doente! Ser tricolor é um estado de saúde”, dizia ele com suas narinas empinadas e aristocráticas. Adorava a Máquina, amava o Maracanã e detestava o Zico.
        
 Contava-me ele, bufando: “Zico? Craque fabricado pela imprensa!”
         
E tinha um vizinho vascaíno. Muito vascaíno. “O Vasco é o verdadeiro time popular do Brasil!”, jurava ele, com sua pança e bonança. Admirava Roberto, elogiava São Januário e detestava o Zico.
        
 Bradava-me ele, tremendo: “Zico? Craque de laboratório!”
        
 E tinha um vizinho botafoguense. Muito botafoguense. “Se não fosse o Botafogo, não haveria seleção brasileira campeã”, cantava, inspirado na Bossa Nova e no passado canarinho glorioso.
        
 Jurava-me ele, ajoelhando: “Zico? Craque do Maracanã!”
         
Dia desses, meu carro enguiçou no velho bairro onde nasci e cresci. Pus o triângulo e placidamente me encostei no capô, à espera do reboque. Súbito uma voz familiar, e outra e mais outra. Cabelos brancos, chinelos samaritanos, passo cadenciado e ritmo aposentado, vinham eles pela calçada portuguesa. Meus velhos vizinhos, proseando sobre passado, presente e futuro. Ao me verem, estacaram. Espantaram-se. Fizeram festa. Repetiram os  jargões dos velhos conhecidos. “Como você cresceu! Cadê seus pais? Acho que te peguei no colo. Casou? Filhos? Está trabalhando onde? Tem visto o pessoal antigo?”
Mas bastaram dois minutos regulamentares para voltarmos a falar de futebol. Um panorama rápido da bola contemporânea, elogios para Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar…

E o vizinho tricolor suspira:

“Mas eu tenho é saudade do Zico”.

E o vascaíno emenda:

“Como ele me fazia sofrer com tanto talento”.

E o botafoguense completa:

“Meu sonho sempre foi vê-lo no alvinegro”

Fui ouvindo e me deliciando com cada elogio feito pelo trio. Pareciam sincronizados, mas não houvera ensaio nem treino. Não fora o tempo que ensinara a eles a admiração pelo camisa 10 do Flamengo. Sempre foi assim. Uma paixão oculta, que não podia ser revelada por temor, afinal os amigos torcedores podiam boicotá-los até o final dos tempos. Mal sabiam eles que todos os companheiros de arquibancada pensavam o mesmo, mas em nome da rivalidade, blindavam corações e mentes, negando o azul do céu, o brilho do sol e o talento de Zico.

A conversa na calçada continuou numa espécie de masoquismo saudosista. Brigavam, gargalhando, para ver quem tinha sofrido mais com os golaços de falta, as cabeçadas certeiras, os passes milimétricos, a precisão nos chutes de fora da área.

“Como jogava este desgraçado!”, finalizaram rindo. O reboque chegou, o mecânico consertou e o trio me abraçou. Partiram rua acima, em paz com o passado e felizes com o presente. Pois sabiam que o moleque curioso viraria jornalista. E contaria esta história no futuro para Zico. Com um abraço sincero, um abraço não, três abraços sinceros e fraternos, de um tricolor, um vascaíno e um botafoguense. 






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E mais uma sexta !!!

A professora divide a classe em dois grupos para decidir os mais inteligentes. Aproveitando-se disso, Joãozinho grita para o outro grupo:
 
 - Nós vamos arrasar com vocês, cambada de idiotas!!!!!!

 Começa a disputa...

- Quem descobriu a América?

O grupo de Joãozinho responde:

 - Cristóvão Colombo!

 E o Joãozinho grita: Eu não falei? Bando de orelhudos, 1 a 0 !!!

 

A professora lhe repreende:

- Cala a boca Joãozinho!!!

Segunda pergunta:

- Que idioma se fala na Espanha?

 O grupo de Joãozinho responde:

 - Espanhol, fessora!!!!

 E o Joãozinho:

 - Viram só? Seus filhos duma égua, 2 a 0 !!

 

 A professora lhe repreende:

- Cala a boca Joãozinho!!!

 Terceira pergunta:

- Como Cristóvão Colombo chegou à América?

O grupo de Joãozinho responde:

 - Nas caravelas.

 Joãozinho, emocionadíssimo, disse:

 - Eu bem que avisei, seus sacos de merda, 3 a 0!!!


A professora, de saco cheio, grita:

- Joãozinho!!! Levanta e sai, porra!!!

Joãozinho responde de imediato:

- O pênis, fessora! Show! 4 a 0 seus babacas !!!

 

A professora indignada volta a gritar:

- Joãozinho, sai e não volta mais !!!!! Joãozinho contente responde:

- O cocô, professora. Hahaha, se fuderam, 5 a 0 !!!

 

A professora, não agüentando mais, grita:


- Joãozinho, SAI E NÃO VOLTA DENTRO DE UM MÊS !!!

Joãozinho, feliz da vida, responde aos berros:

- MENSTRUAÇÃO!!! PUTA QUE PARIU, 6 a 0. Eu sou foda!!!


Bom fim de semana a todos ...

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