Três maiores patrocínios de fornecedores do Brasil valem o mesmo do Real Madrid
seg, 07/01/13
por Emerson Gonçalves |
De vez em quando é bom tocar a bola
meio devagar, com calma, deixando a poeira baixar. Nas últimas semanas
foi grande a euforia com os novos patrocínios de fornecedores do
Flamengo e São Paulo e a renovação do Corinthians. Os números envolvidos
são realmente elevados e dignos de comemoração, como vimos no post
anterior, sobretudo se levarmos em conta que os valores mostrados por
esse OCE foram apenas os valores mínimos garantidos.
Essa euforia, entretanto, pode criar
algumas ilusões. Com ou sem crise econômica, com ou sem recessão na
Europa (e por aqui as coisas não vão tão bem como apregoavam as
autoridades até “ontem”), é ainda muito grande a diferença que separa os
clubes europeus de ponta dos brasileiros de ponta, referindo-me, é
claro, a parâmetros econômicos e financeiros, como mostra a tabela
abaixo, modificada a partir da tabela publicada no post “Os maiores patrocínios e o mercado europeu de equipamentos esportivos”:
Se estamos longe dos ponteiros, já
encostamos nos “lanternas” do grupo Top 10. Na verdade, o Flamengo
ultrapassou o lanterna, a Juventus, e se aproximou de Milan e Manchester
City, com Corinthians e São Paulo nos calcanhares da Juve. Já
do City para a Internazionale o pulo é bem grande e tão cedo não
chegaremos lá. O alvo a ser perseguido, entretanto, não é a Inter
e sim o Bayern, um clube extremamente consistente e com grandes
receitas da área de marketing, regularmente. O Flamengo, por exemplo,
teria que aumentar os valores garantidos de seu contrato em 50%, para
chegar no Bayern. Talvez no futuro, certamente não agora.
A soma dos três acordos brasileiros
equivale, praticamente, ao valor garantido que recebe o Real Madrid:
101,9 contra 100,8 milhões de reais. Já em relação à soma dos três
maiores contratos europeus, cujo valor é 271,8 milhões, a soma dos
nossos três maiores equivale a somente 37,5% do total.
Dos dez maiores da Europa, os cinco
primeiros têm suas vendas e receitas fortemente alavancadas pela
participação em outros países, tanto na Europa (a maior parte) como na
Ásia, onde o mercado para o futebol cresce exponencialmente, ano após
ano.
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