100 anos de futebol: cofundador da Charanga se emociona no Flamengo
Cunha, 85 anos: 'Tudo mudou, na vida e no futebol. Só uma coisa não muda: o meu amor pelo Flamengo'
Torcedor Antônio Soares foi um dos fundadores da
Charanga (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Charanga (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Na festa pelo centenário de futebol do Flamengo, um senhor de óculos
vestido com a camisa rubro-negra distribuía autógrafos, lembrava os
tempos áureos, lamentava a fase atual do time e era requisitado para
fotos. Não se tratava de nenhum jogador, mas sim de um dos fundadores da
Charanga Rubro-Negra ao lado do falecido Jaime de Carvalho.
- Tudo mudou, na vida e no futebol. Só uma coisa não muda: o meu amor
pelo Flamengo – afirmou Antônio Soares de Azevedo, chamado de Cunha por
ter sido cunhado de Jaime.
E dizer que Cunha acompanhou a maior parte dos 100 anos de futebol do
Flamengo não é exagero. Aos 85 anos e ainda com hábito de fumar seu
cigarrinho, o torcedor diz que é rubro-negro antes mesmo de nascer.
Extremamente lúcido, ele lembrava um passado de amor, glórias e
Maracanã.
- Sou fundador da Charanga junto com o Jaime, exatamente no dia 30 de
outubro de 1942. Aos domingos, chegava ao Maracanã às 9h para preparar
as bandeiras e com a marmita debaixo do braço – recordou Cunha.
Cunha, como é apelidado, cobra melhores resultados
(Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Como bom torcedor do Flamengo, Cunha não poderia estar satisfeito. Com a
idade, acompanha os jogos na medida do possível, mas soltou o verbo:
- É só sofrimento, não aguento mais tanto choro, tanta gozação. A Patricia (Amorim) tem que dar um jeito nisso.
Em certo momento do evento, Antônio Soares foi chamado ao microfone e
recebeu exaltações como um dos fundadores da Charanga. Ele ficou
emocionado, deu autógrafos e desabafou.
- O centenário do meu clube de coração já foi. Mas se o Flamengo
continuar do jeito que está, não sei se vão comemorar o meu centenário,
não – disse, com bom humor.
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